segunda-feira, 9 de abril de 2012

Energia solar pode ser alternativa no Pará

(Foto: Divulgação/IFPA)
Energia solar pode ser alternativa no Pará (Foto: Divulgação/IFPA)Há uns quinze anos, as fontes de energia renováveis eram consideradas alternativas inacessíveis por serem caras ou inviáveis às cidades brasileiras. Esse mito foi quebrado ao longo dos anos e, segundo os pesquisadores desse ramo, do Instituto Federal do Pará (IFPA), hoje já é possível ver essas fontes de energia como alternativa para o país. Quem afirma isso é o professor e membro da Coordenação de Eletrotécnica do IFPA, Msc. Luis Blasques. Ele é mestre em energias renováveis pela UFPA e doutorando nessa mesma área.
Diferente das hidrelétricas, que prejudicam a natureza causando inundação de grandes extensões de terra, as fontes de energia renováveis são aquelas que vêm de recursos naturais como o sol, o vento, a chuva, as marés e o interior da terra (energia geotérmica), que são recursos naturalmente reabastecidos. A energia solar, objeto de estudo dos alunos dos cursos de Física, Eletrotécnica, e outros, do Campus Belém, agora está sendo estudada de forma prática por esses estudantes. O próprio laboratório de energia solar é abastecido com a energia oriunda do sol.

O projeto em parceria com a Eletronorte e o Ministério de Minas e Energia, além de revitalizar as estruturas e o laboratório de energia solar do Campus, teve o objetivo de mostrar de forma prática aos alunos como se monta um sistema de abastecimento de energia a partir da luz do sol. Graças à novidade, quedas e oscilações na rede não ocorrerão mais no laboratório nem na área do Campus abastecida por esse sistema. Estão à frente do projeto os professores Dr. João Pinto e Msc. Agesandro Corrêa.

As placas solares foram posicionadas de forma que houvesse uma melhor captação da luz solar e os equipamentos foram restaurados. Além disso, novos módulos solares possibilitaram um melhor carregamento das baterias. A revitalização, que durou aproximadamente 15 dias, permitirá que, nas aulas, os alunos tenham acesso a placas, baterias, inversores, controladores e bombas d’água, para que entendam, a partir desses protótipos, como funciona o novo sistema de energia.

FUNCIONAMENTO
O sistema solar do Campus funciona da seguinte forma: enquanto há sol, a luz solar carrega as baterias e um conversor transforma a irradiação solar em energia elétrica. Em seguida, a energia é distribuída. O professor explica que o sistema à base de energia solar pode funcionar de duas formas – pode ser um sistema isolado ou um sistema conectado à rede. No sistema isolado (modelo aplicado no Campus Belém), não há nenhum contato com a rede elétrica normal e as baterias são carregadas para utilização de energia nos horários em que não há sol. Entre a bateria e a distribuição de energia, há equipamentos de condicionamento de potência. Já nos sistemas conectados à rede, a energia oriunda do sol serve apenas de complemento para a energia da rede. Esse sistema é utilizado em Belém, na Travessa Humaitá, bairro da Pedreira.

Utilização – Segundo o professor Luis Blasques, a energia solar não é tão utilizada na sociedade, talvez por conta do mito que criou-se em torno dela – algo inacessível e caro – e por falta de conhecimento dos benefícios que ela proporciona à natureza. De acordo com o professor, apesar de ser um pouco mais cara que a energia tradicional da rede, os custos da energia solar vieram reduzindo. “A expectativa é que daqui a algum tempo fique mais barata”, explica. É possível perceber isso se for feita uma avaliação dos últimos 15 anos, segundo ele. Em certos lugares, por exemplo, é inviável a utilização da fonte de energia tradicional. Nesses casos, as fontes de geração renováveis surgem como as melhores soluções. Blasques garante que, em um curto espaço de tempo, haverá viabilidade econômica para esse tipo de investimento energético, visto que o governo já vem discutindo formas de incentivo.

Segundo o pesquisador, o Brasil já é considerado um país bem favorecido por esse tipo de energia, mas, em termo de potencial é “atrasado”, principalmente quando comparado a outros países como o Japão, onde a energia solar é muito utilizada. “Há alguns anos que o Brasil começou a investir nesse setor”, esclarece. No Pará, a energia solar ainda é vista como uma alternativa complementar. Atualmente, há apenas projetos da UFPA que são desenvolvidos desde 1998, um sistema conectado à rede no bairro da Pedreira, em Belém, outro sistema que envolve energia solar e eólica em Curralinho, e mais um apenas de energia solar em Porto de Mós. Nesses três municípios, ambos os sistemas são gerenciados pela Celpa.

De acordo com o professor João Pinto, além de economizar energia elétrica, o Campus Belém servirá de exemplo para a sociedade, como utilizador de fontes de energia que não prejudicam o meio ambiente.

Fonte:(Ascom IFPA)

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