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A presidente Dilma Rousseff
encerrou, na noite desta terça-feira, sua visita oficial aos Estados
Unidos com um discurso na Universidade de Harvard, onde discutiu a
necessidade de se melhorar a educação no Brasil e enumerou os avanços
econômicos do país nos últimos anos.
A presidente também teve que se esquivar
de questões delicadas dos estudantes da universidade, principalmente em
relação à questão dos imigrantes brasileiros nos EUA e à situação
política na Venezuela.
Em uma palestra de pouco menos de uma
hora na Kennedy School of Government, a escola de governo de Harvard,
Dilma classificou como "gravíssimo" o atraso na educação no Brasil.
Afirmando ser necessário resolver o
problema "da creche à pós-graduação", ela afirmou que é preciso resolver
alguns "deficits" que existem na pesquisa científica no Brasil, para
que priorize a inovação. "Não podemos dar mais importância a uma
publicação do que uma patente. Nós temos que dar importância à patente."
Educação
A primeira visita de Dilma aos EUA teve
como foco a questão da cooperação entres dois países principalmente nas
áreas de educação e inovação.
Entre as principais pautas estava o
programa Ciência sem Fronteiras, que pretende conceder 100 mil bolsas
para alunos brasileiros em universidades do exterior.
Em Harvard, Dilma participou de atos de
assinatura de acordos entre a universidade e o Ministério da Educação
que preveem projetos conjuntos de pesquisa, intercâmbio de pesquisadores
e estudantes de graduação e pós-graduação, além da criação de uma bolsa
para um professor-visitante brasileiro. "O Brasil tem de correr muito
para estar à altura dos desafios que nos apresentam no caso da ciência,
tecnologia e inovação", disse.
Aos citar as parcerias entre o governo e
a universidade, Dilma provocou risos na plateia quando afirmou que o
"Brasil precisa de Harvard", mas que considerando que o país é hoje a
sexta maior economia do mundo, "é bom para Harvard se aproximar do
Brasil".
Perguntas
Dilma também voltou a criticar o modo
como os países desenvolvidos vêm combatendo os efeitos da crise
econômica e criticou a desvalorização de moedas como o dólar, tema que
já havia abordado em reunião com o presidente americano, Barack Obama,
na segunda-feira.
A parte mais delicada da palestra, no entanto, aconteceu quando foi aberta uma sessão de perguntas da plateia.
Dois estudantes venezuelanos
questionaram a presidente a respeito da situação política na Venezuela,
perguntando se ela teria alguma "recomendação" para o presidente Hugo
Chávez e qual era sua opinião sobre o caso da juíza Maria Lourdes
Afiuni, que está presa desde 2009, em uma situação criticada por ONGs e
pela oposição.
Nas primeira ocasião, ela respondeu que
"não se arroga o direito de fazer recomendação para país nenhum", após
dizer que tem grande respeito por Chávez.
Em relação à segunda pergunta, Dilma
disse "sempre defender os direitos humanos", mas afirmando desconhecer o
caso, criticou o "uso" dos diretos humanos para "para se fazer
política".
Um brasileiro perguntou se o governo
também estaria estudando conceder bolsas de estudo para imigrantes que
estejam ilegalmente nos EUA.
A presidente respondeu que embora
quisesse que os que emigraram "tivessem uma possibilidade", a prioridade
é para aqueles que estão no Brasil.
"Eu quero te dizer que talvez ao longo
do meu governo, eu não tenha como atender os emigrantes. Eu tenho como
protegê-los, mas não tenho como dar para todos os emigrados as mesmas
condições que eu tenho de dar no Brasil", disse.
Fonte: Terra
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