domingo, 16 de setembro de 2012

Professora vai responder por injúria




Professora vai responder por injúria (Foto: Celso Rodrigues)
Professora disse que chamou porteiro de macaco, mas alega que não houve qualquer conotação racista (Foto: Celso Rodrigues)
“Quem você pensa que é pra impedir a entrada? Você é um macaco vestido de palhaço fingindo ser guarda!”, teria gritado a professora Daniela Cordovil, 34 anos, do curso de Ciência da Religião, doutora em Antropologia, que ministra disciplina de antropologia das religiões afro na Universidade Estadual do Pará (Uepa) ao vigilante Rubens Santos, 39 anos, que é negro e teria dito a ela que dois professores que palestrariam ao grupo de estudos coordenado por ela não poderiam entrar por aquela portaria por ordens da administração do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) e sim pela outra entrada, a da reitoria.
“Nós também fomos impedidos de entrar porque a UEPA está em greve, eu e um grupo de estudantes ficamos conversando do lado de fora quando ouvimos a professora chamar o vigilante de macaco”, afirmou o estudante de pedagogia Paulo de Paula, 34 anos. “Eu fui lá e perguntei se ela havia chamado ele de macaco e ela repetiu. Liguei a câmera e perguntei de novo, e ela confirmou de novo que ele era um macaco e fez gestos obscenos para mim e ainda me chutou”, alegou o estudante, que também disse ter sido chamado pelo mesmo insulto.
Outros estudantes que lá estavam e até mesmo outros funcionários já tinham se juntado a Paulo na defesa do vigilante. “O que nos surpreendeu foi ver uma educadora, que ainda por cima leciona uma disciplina como Antropologia das religiões afro, ainda tenha esse tipo de comportamento”, avaliou a professora de língua inglesa do curso de Letras, Sandra Mina, 39 anos.
Ela e os outros alunos ainda serviram de testemunhas do caso e elogiaram a postura profissional do vigilante Rubens. “Ele agiu sempre com muita calma, e em nenhum momento alterou a voz. Em nenhum momento desonrou a profissão”, completou.
Após o incidente, uma viatura policial foi acionada e encaminhou a professora Daniela, o vigilante e os demais envolvidos para a Central de Flagrantes de São Brás, onde foi lavrado um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) contra a professora apenas por injúria, uma vez que diante da delegada de plantão, Socorro Bezerra, Rubens não declarou que ouviu da professora o xingamento de que era macaco e sim os xingamentos “Burro” e “Palhaço”.
O OUTRO LADO
“Toda confusão aconteceu por conta de uma greve que possui pleitos infundados e vem atrapalhando a universidade desde a última quarta. Eu me revoltei com o porteiro e o chamei de macaco, mas não com conotação racista. Seria um contrassenso pra mim, que sou estudiosa das religiões afro, falar algo assim. O que eu disse é que ele era um macaco no sentido de fazer tudo o que a direção queria, com uma obediência cega”, alegou a professora.
Fonte:(Diário do Pará)

Um comentário:

  1. é isso aí vigilante não baixe a guarda,indenização por danos morais dinheiro no bolso e levante a cabeça.
    os alunos sem dúvidas irão le apoiar nessa luta.

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